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segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

 
Cada Dia Sem Gozo

Cada dia sem gozo não foi teu 
Foi só durares nele. Quanto vivas 
Sem que o gozes, não vives. 

Não pesa que amas, bebas ou sorrias: 
Basta o reflexo do sol ido na água 
De um charco, se te é grato. 

Feliz o a quem, por ter em coisas mínimas 
Seu prazer posto, nenhum dia nega 
A natural ventura!

Ricardo Reis

Neste poema de Ricardo Reis encontramos marcas epicuristas. O epicurismo, com a sua máxima, “carpe diem” (“aproveita o dia”), considera o prazer como o bem mais alto e defende que se deve viver o dia-a-dia com felicidade. O prazer é, para os epicuristas, o ponto mais alto do bem do homem e devemos obtê-lo com todos os nossos esforços. Contudo, não é o prazer rude que importa, mas sim aquele que provém da cultura do espírito e da prática da virtude. O prazer verdadeiro consiste na ausência da dor. Conclui-se, assim, que o epicurismo pretende responder à questão fundamental da dor e da morte, dando como resposta, o repouso e a ataraxia (ausência de perturbação), aproveitando, assim, o momento presente. “Carpe Diem” provém das palavras que Horácio proferiu a Leucónia, “Carpe Diem quam minimum credula postero” (Goza o dia e conta o menos que possas com o dia de amanhã).

Trabalho realizado por:
-Joana Branquinho Cerqueira 10ºLH1
-Soraya Lopes 10ºLH1

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